Fazer Pix, vai mudar a partir desta sexta-feira (29); entenda
Fazer um Pix poderá ser mais fácil, pelo menos em aplicativos terceiros, a partir desta sexta-feira (29). Na referida data, o Banco Central coloca em operação a terceira fase do Open Banking, permitindo que os chamados iniciadores de pagamentos possam atuar diretamente com os pagamentos instantâneos. E isso muda a forma como o usuário já está acostumado a utilizar o Pix.
Segundo o Banco Central, com a atualização, fazer um Pix para pagamentos de compras ou serviços em aplicativos terceiros terá uma redução de sete para três passos, isso levando-se em conta o mecanismo financeiro tecnológico para efetuação dos pagamentos.
Para o usuário, na verdade, a principal vantagem é conseguir efetuar os pagamentos sem a necessidade de estar abrindo o aplicativo do banco, o que até então era necessário para conseguir fazer a transferência.
A partir desta sexta-feira (29), esses iniciadores de pagamentos poderão oferecer o Pix como opção de pagamento, sendo autorizados a realizar a operação dentro do seu próprio ambiente. Um exemplo claro é um pedido feito no aplicativo de delivery iFood.
Hoje, para um pagamento via Pix, o usuário que deseje pagar neste formato recebe a chave Pix, um código ou QR Code e precisa sair do aplicativo do iFood, acessar a conta bancária e realizar a transação com os dados.
Com a entrada da terceira fase do Open Banking, no próprio aplicativo de delivery, por exemplo, a transação será feita. Bastando a autorização do usuário, sem precisar sair de um aplicativo para outro.
Longe dos olhos do usuário, a autorização do pagamento segue sendo feita pela instituição financeira na qual ele tem conta, o que continua garantindo a segurança da transação. A nova funcionalidade é válida para aplicativos assim como também sites de compras. Quem prefere ainda acessar o ambiente do aplicativo do banco para efetuar o pagamento, também poderá continuar a fazer de tal modo.
O iniciador de transação de pagamento (ITP) inicia a transação de pagamento ordenada pelo usuário final, porém não gerencia conta de pagamento, nem detém em momento algum os fundos das transações iniciadas, por isso possibilita que o cliente efetue pagamentos ou transferências presenciais ou na internet, sem a utilização de cartão e sem ter que acessar diretamente o ambiente da instituição onde o cliente tem conta.
O WhastApp foi uma das empresas já autorizadas pelo Banco Central a operar como iniciador de pagamento. Até então, o serviço de transferências via WhatsApp precisa do cadastro de um cartão de empresa parceria (atualmente a Visa). Isso poderá mudar, ampliando as possibilidades de uso aos usuários, caso o WhatsApp passe a oferecer a modalidade Pix na plataforma.
OPEN BANKING
O Open Banking está em vigor desde 1º de fevereiro, a primeira etapa permitiu o compartilhamento de informações sobre produtos, serviços, canais de atendimento e localização de agências. Com base nos dados, os bancos podem fazer comparações por meio de sistemas de interface de programação de aplicações. A segunda fase, que envolve o compartilhamento de cadastros e de transações entre as instituições financeiras, passou a vigorar no dia 13 de agosto.
A terceira fase, que envolve o os pagamentos com Pix, deveria ter entrada em vigor no fim de agosto, mas foi adiada para o dia 29 de outubro. A quarta etapa, que prevê a troca de informações sobre serviços de câmbio, de investimentos, de previdência e de seguros está prevista para o mês de dezembro.
Para o especialista em regulação da JL Rodrigues & Consultores Associados, José Luiz Rodrigues, este é o momento em que o open banking deixará de atuar apenas com o compartilhamento de informações e impactará nos serviços que chegarão ao consumidor.
"É na fase 3 do open banking que começará a integração nas prestações de serviços. Ela ocorrerá de forma gradativa, envolvendo primeiramente o Pix, e integrando posteriormente os pagamentos com TED e transferências entre contas na mesma instituição, boletos, débitos em conta e, por fim, propostas de créditos. Essa fase proporcionará o surgimento de novas soluções e ambientes para a realização de pagamentos e, posteriormente, novas dinâmicas às operações de crédito. É uma fase direcionada para difundir o acesso a serviços financeiros, mas preservando a segurança do Sistema Financeiro Nacional”, diz ele.